Preparação para o ENEM e PISM: Teste de Língua Portuguesa e Literatura para o 2º ano do Ensino Médio
1) Leia este trecho de texto: “_ Mandaram ler este livro...
Se o tal do livro for fraquinho, o desprazer pode significar um precipitado,
mas um decisivo adeus à literatura; se
for estimulante, outros virão sem o peso da obrigação”. (Cláudio
Ferraretti)
O sentido da oração destacada mantém-se em:
a) conquanto seja estimulante.
b) desde que seja estimulante.
c) ainda que seja estimulante.
d) porquanto é estimulante.
e) posto que é estimulante.
2) Observe o emprego da conjunção e nos períodos:
I- Márcia é apaixonada por Gabriel e vai se casar com ele em dezembro.
II- Márcia é apaixonada por Gabriel, e vai se casar com Roberto.
III- Nosso time de vôlei se preparou muito e foi campeão.
Ela estabelece, pela ordem, as seguintes relações de
sentido:
a) adição
– adição – adição.
b) adição
– adição – oposição.
c) oposição
– oposição – explicação.
d)
adição – oposição –
conclusão.
e) conclusão
– adição – explicação.
3) Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, entre
as orações de cada item, uma correta relação de sentido.
I-
Comeu demais, .......... os pesadelos não o deixaram em
paz à noite.
II-
Não admitiu a reprovação, .......... não tivesse
estudado para a prova.
III-
Estudou bastante para a prova; .........., foi aprovado
sem problemas.
IV-
Poucas pessoas vão ao teatro, .......... os artistas
ganham muito pouco.
a) portanto
– até que – todavia – desde que
b) porque
– caso – mas – se
c)
por isso – embora –
portanto – de modo que
d) contanto
que – se – porque – porquanto
e) porém
– porquanto – à medida que – se bem que
Leia o texto abaixo para responder às questões 4 e 5.
4) O fato gerador dessa narrativa é:
a) a chegada dos macaquinhos à Lua.
b) a decisão dos macaquinhos de irem
à Lua.
c) a Lua presentear o macaquinho com um tambor.
d) a queda da pilha de macaquinhos.
5) No trecho “O Macaquinho foi descendo feliz da vida”, a locução verbal em destaque sugere:
a) anterioridade do fato.
b) consumação da ação.
c) desenvolvimento da ação.
d) projeção mental do fato.
Questões abertas
1) A historinha transcrita abaixo foi publicada na seção
“Humor” de uma revista:
A professora passou a lição de casa: fazer uma redação com o tema “Mãe
só tem uma”.
No dia seguinte, cada aluno leu a
sua redação. Todas mais ou menos dizendo as mesmas coisas: a mãe nos amamenta,
é carinhosa conosco, é a rosa mais linda de nosso jardim etc., etc., etc.
Portanto, mãe só tem uma.
Aí chegou a vez de Juquinha ler a
sua redação: Domingo foi visita lá
Essa piada baseia-se nas interpretações diferentes de:
I- Mãe só tem uma.
e
II- Mãe, só tem uma!
Compare esses dois enunciados e, com base na análise das
relações sintáticas que se estabelecem entre as palavras, em cada um dos casos,
identifique e explique a diferença de sentido entre I e II, responsável pelo
sentido engraçado do texto.
2) Imagine que o técnico de um time de futebol esteja sendo
muito criticado pela torcida, por causa da maneira como ele vem dirigindo o
time. Imagine ainda que, a respeito desse fato, ele emita uma destas duas
opiniões:
I-
Quando o time conquistar o campeonato, a torcida
voltará a me apoiar.
II-
Se o time conquistar o campeonato, a torcida voltará a
me apoiar.
a) Que
circunstâncias exprimem as orações adverbiais presentes nesses dois períodos?
b) Em
qual dos dois casos o técnico revela-se mais confiante em relação ao futuro do
time? Justifique.
Literatura – 5
questões fechadas e 2 abertas
1) Indique o trecho em que há visíveis marcas do estilo
naturalista.
a) O vulto da mulher, quase invisível à frouxa luz do luar, pareceu-lhe uma
fantasmagoria, e seu coração bateu mais forte, ao compasso das ondas, da música
do mar que chegava pelo vento...
b) (...) tem tão bom céu e goza de tão bons ares toda a terra do Brasil, que
nenhuma das causas que costumam fazer dano por outras regiões o fazem nela, nem
cobram forças para o poderem fazer.
c) Quanta graça devemos à Fé que nos destes, porque ela só nos cativa o
entendimento, para que, à vista destas desigualdades, reconheçamos contudo
vossa justiça e previdência!
d) Tremiam-lhe as carnes como ao contato de um condutor
elétrico, a distender-lhe os nervos escabujando na rede em espreguiçamentos
lúbricos, vergando, como um vencido, ao poder irresistível da animalidade
humana.
e) Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes,
tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que
em chamá-lo - Ubirajara.
2) Texto 1
De cada casulo espipavam
homens armados de pau, achas de lenha, varais de ferro. Um empenho coletivo os
agitava agora, a todos, numa solidariedade briosa, como se ficassem desonrados
para sempre se a polícia entrasse ali pela primeira vez. Enquanto se tratava de
uma simples luta entre dois rivais, estava direito! ‘Jogassem lá as cristas,
que o mais homem ficaria com a mulher!’ mas agora tratava-se de defender a
estalagem, a comuna, onde cada um tinha a zelar por alguém ou alguma coisa
querida.
(AZEVEDO, Aluísio, O
cortiço. 26. ed. São Paulo: Martins, 1974. p. 139.)
Texto 2
O cortiço é um romance de muitas personagens. A intenção evidente é
a de mostrar que todas, com suas particularidades, fazem parte de uma grande
coletividade, de um grande corpo social que se corrói e se constrói
simultaneamente.
(FERREIRA, Luiz Antônio. Roteiro de leitura: O cortiço de
Aluísio Azevedo. São Paulo:
Ática, 1997. p. 42.)
Sobre os textos, assinale a alternativa correta.
a) No texto 1, por ser ele uma construção literária realista, há o predomínio
da linguagem referencial, direta e objetiva; no texto 2, por ser ele um estudo
analítico do romance, há o predomínio da linguagem estética, permeada de
subentendidos.
b) A afirmação contida no texto 2 explicita o modo
coletivo de agir do cortiço, algo que também se observa no texto 1, o que
justifica o prevalecimento de um termo coletivo como título do romance.
c) Tanto no texto 1 quanto no texto 2 há uma visão exacerbada e
idealizada do cortiço, sendo este considerado um lugar de harmonia e justiça.
d) No texto 1 prevalece a desagregação e corrosão da grande coletividade a que
se refere o texto 2.
e) O que se afirma no texto 2 vai contra a ideia contida no texto 1, visto que
no cortiço jamais existe união entre os seus moradores.
3) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem,
critica sutilmente um outro estilo de época: o Romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais
atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo
que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque
isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às
sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda
ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele
feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os
fins secretos da criação”.
ASSIS, Machado de. Memórias
Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao Romantismo está
transcrita na alternativa:
a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos
às sardas e espinhas ...
b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ...
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço,
precário e eterno,...
d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos...
e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.
4) Leia os versos.
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhantes copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia.
Então e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Todas de roxas pétalas colmada. (Alberto de Oliveira)
Assinale a alternativa que contém características parnasianas presentes
no poema:
a) busca de inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo;
b) versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso;
c) revalorização das ideias iluministas e descrição do passado;
d) descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema
ligado à Grécia antiga;
e) vocabulário preciosista, de forte ardor sensual.
5) Marque a afirmativa correta.
a) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela
busca da perfeição formal na poesia.
b) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente
coloquial.
c) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do verso livre.
d) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao experimentalismo formal.
e) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de uma poesia de caráter
sugestivo e musical.
Questões abertas
Leia o fragmento de O cortiço, de
Aluísio Azevedo, para responder à questão proposta.
“Estalagem de São Romão. Alugam-se casinhas e
tinas para lavadeiras.”
As
casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia; tudo pago adiantado. O preço
de cada tina, metendo a água, quinhentos réis; sabão à parte. As moradoras do
cortiço tinham preferência e não pagavam nada para lavar. (...)
E aquilo se foi constituindo
numa grande lavanderia, agitada e barulhenta, com as suas cercas de varas, as
suas hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que
apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas
transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armadas sobre
os lustrosos bancos de lavar. E os gotejantes jiraus, cobertos de roupa
molhada, cintilavam ao sol, que nem lagos de metal branco.
E naquela terra encharcada e
fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar,
a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea,
ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco. (O Cortiço. São Paulo, Ática, 1997)
1) Uma característica naturalista do fragmento é o paralelo entre o cortiço
e o mundo animal, estabelecido por palavras e expressões que evocam este mundo,
aproximando o cortiço de seus domínios. Transcreva o parágrafo que melhor
ilustra essa afirmação.
2) Leia o poema a seguir, analisando-o. Depois apresente
algumas (pelo menos três) características que permitem associá-lo ao
Parnasianismo.
Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.