Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.
Esperando a quarta-feira de Cinzas
Ontem
foi quarta-feira de fogo, e eu não vejo a hora de chegar quarta-feira de
cinzas! Não, não é que eu seja inimiga do carnaval, eu até já brinquei muito em
clubes, nos blocos, nas prévias. Fui até em Olinda em plena terça-feira de
carnaval! Portanto, vou falar com conhecimento de causa e revelar algumas
verdades que encontrei por trás da fantasia do carnaval...
A
primeira delas: "O carnaval é uma festa genuinamente brasileira".
Não, não é. O carnaval tal como nós conhecemos surgiu na Europa durante a era
Vitoriana e se espalhou pelo mundo afora se adaptando a outras culturas.
Segunda
falsa verdade: "É uma festa popular". Balela! O carnaval virou
negócio, dos ricos, que o digam os camarotes vips, as festas privadas, os abadás caríssimos chamados
"passaportes da alegria". E quem não tem dinheiro para comprar aquela
roupinha colorida não tem também o direito de ser feliz? Tem não. E aqui na
Paraíba, onde se comemoram as prévias, não é muito diferente não.
A
maioria dos blocos vive à custa do poder público e nenhuma atração sobe no trio
elétrico para divertir o povo só por ser o carnaval uma "festa
democrática". Milhões de reais são pagos a artistas da terra, e fora dela,
para garantir o circo a uma população miserável que não tem sequer o pão na
mesa. Muitas coisas me revoltam no
carnaval. Uma delas é ver a boa música ser calada à força por hits do momento como o “Melô da Mulher
Maravilha" e similares que eu não ouso nem citar.
Eu
fico indignada quando vejo a quantidade de ambulâncias disponibilizadas em um
desfile de carnaval, para atender aos bêbados de plantão e aos valentões que se
metem em brigas e quebra-quebra. Onde estão essas mesmas ambulâncias quando uma
mãe precisa socorrer um filho doente? Quando um trabalhador está enfartando?
Quando um idoso, do interior, precisa se deslocar de cidade para se submeter a
um exame?
Eu
me revolto em ver que os policiais estão em peso nas festas, para garantir a
ordem durante o carnaval, e, no dia a dia, falta segurança para o cidadão de
bem exercitar o simples direito e ir e vir.
Mas
o carnaval é uma festa maravilhosa... Dizem até que faz girar a economia, que
os pequenos comerciantes conseguem vender suas latinhas, seu churrasquinho...
Olha, se esses pais de família dependessem do carnaval para vender e para
viver, passariam o resto do ano à míngua. Carnaval só dá lucro para dono de
cervejaria, para proprietário de trio elétrico e para uns poucos artistas
baianos. No mais, é só prejuízo.
Alguém
já parou para calcular quanto o estado gasta para socorrer vítimas de acidentes
causados por foliões embriagados? Quantos milhões são pagos em indenizações por
mortes ou invalidez decorrentes desses acidentes? Quanto o poder público
desembolsa com procedimentos de curetagem a que muitas jovens se submetem
depois de um carnaval sem proteção que gerou uma gravidez indesejada? Isso sem
falar na quantidade de DST's que são transmitidas durante a festa em que tudo é
permitido.
Eu
até acho que o carnaval já foi bom, mas isso foi nos tempos de outrora.
(SHEHERAZADE, Rachel. Esperando
quarta-feira de Cinzas. Disponível em:
http://rachelsheherazade.blogspot.com.br/2011/03/esperando-quarta-feira-de-cinzas.html.
Acesso 25/10/2013)
1) Observando o contexto de
produção e circulação, identifique o
gênero textual do exemplar lido e sua finalidade.
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2) A partir do conteúdo do texto,
infira: em que época do ano ele foi
produzido e circulou na sociedade? _____________________________________________________________________________________
3) Apresente, com suas palavras, o ponto de vista defendido pela
jornalista Rachel Sheherazade.
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4) No desenvolvimento do texto,
são apresentados alguns tipos de argumentos articulados para a defesa da tese. Reconheça o tipo de argumento utilizado
nas seguintes passagens:
a) “Fui até em Olinda em plena
terça-feira de carnaval! Portanto, vou falar com conhecimento de causa e
revelar algumas verdades que encontrei por trás da fantasia do carnaval...”:
_____________________________________________________________________________________
b) “Onde estão essas mesmas
ambulâncias quando uma mãe precisa socorrer um filho doente? Quando um
trabalhador está enfartando? Quando um idoso, do interior, precisa se deslocar
de cidade para se submeter a um exame?”: _____________________________________________________________________________________
c) “Mas o carnaval é uma festa
maravilhosa... Dizem até que faz girar a economia, que os pequenos comerciantes
conseguem vender suas latinhas, seu churrasquinho... Olha, se esses pais de
família dependessem do carnaval para vender e para viver, passariam o resto do
ano à míngua”:
_____________________________________________________________________________________
d) O carnaval tal como nós
conhecemos surgiu na Europa durante a era Vitoriana e se espalhou pelo mundo afora
se adaptando a outras culturas.
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5) Na passagem “Milhões de reais
são pagos a artistas da terra, e fora dela, para garantir o circo a uma população miserável que não
tem sequer o pão na mesa.”, explique a que se referem as palavras
em negrito de acordo com o contexto.
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6) A linguagem utilizada
predominante nesse gênero é a formal, seguindo as regras da norma-padrão da
língua.
a) É possível observar a presença
da informalidade em alguns trechos do texto? Em caso de resposta afirmativa, transcreva um deles.
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b) Ainda a respeito da linguagem
empregada, aponte o nível de
objetividade e/ou subjetividade presente no texto. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7) Observe o seguinte período do
texto: “E aqui na Paraíba, onde se comemoram as prévias, não
é muito diferente não”. Indique
a classificação morfológica e a função sintática de cada um dos termos
sublinhados. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8) (Unicamp-SP/ questão adaptada) O jornal Folha
de S. Paulo publicou, em 30 de novembro de 1996, uma notícia
da qual foi extraído o trecho abaixo.
PF prende acusado de
terrorismo nos EUA
O libanês Marwán Al Safadi, suspeito do atentado ocorrido
no World Trade Center em Nova York (EUA), em
1993, foi preso no último dia 6 em Assunção (Paraguai), após ser localizado
pela PF (Polícia Federal) [...]
a) Transcreva do texto as expressões que indicam as circunstâncias de lugar e tempo da prisão do suposto terrorista.
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b) O título da notícia é
ambíguo, ou seja, apresenta uma duplicidade de sentido, problema gerado pela má
colocação do adjunto adverbial. Exponha
a ambiguidade presente no título. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Reescreva-o eliminando a ambiguidade de maneira que a intenção do
jornalista fique clara. _____________________________________________________________________________________
9) As palavras abaixo,
raramente usadas na língua portuguesa, foram transcritas sem os eventuais
acentos gráficos. Orientando-se pela indicação entre parênteses, acentue-as, se necessário.
a) carcova
(proparoxítona): fosso, valeta
b) jaraqui (oxítona): nome
de um peixe
c) caqui (paroxítona):
nome de uma cor
d) feretro (proparoxítona,
com e aberto): caixão de defunto
e) Polux (paroxítona, com o aberto): nome de uma estrela
f) hipocraz (oxítona): tipo
de chá de canela
g) aimara (paroxítona):
tipo de planta
h) aimara (oxítona):
túnica de algodão
i) tamil (paroxítona):
nome de um idioma
j) aipatse (oxítona, com e fechado): tribo do Xingu
k) hindustani (oxítona):
nome de um idioma
l) aljofar (paroxítona,
com o fechado): tipo de pérola
10) Compare estes nomes próprios: Luís,
Luísa, Luiz, Luíza. De acordo
com as regras de acentuação estudadas, responda:
por que somente Luiz não recebe
acento gráfico? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11) Leia a seguir um trecho de uma notícia. Compare-o com o texto reescrito.
Texto original
O código
[internacional do consumidor] proíbe que a publicidade de alimentos e bebidas
pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio,
seja veiculada entre as 6 h e 21 h no rádio e na televisão [...]
Texto reescrito
O código
[internacional do consumidor] proíbe que a publicidade de alimentos e bebidas
pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio,
seja veiculada no rádio e na televisão [...]
a) Indique o adjunto adverbial que indica, no texto original, os limites de tempo a serem estabelecidos pelo código.
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b) O adjunto adverbial indicado
na questão anterior foi retirado no trecho reescrito. Explique o efeito que isso provoca no sentido do texto original.
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12) Complete o texto com os adjuntos adverbiais a seguir.
ali
– assim – não – lá – depois - ainda - aí
O
FILHO DA MÃE
Fernando
Sabino
Ah! Aquele menino! .......................... acaba
me botando maluca. E nem 11 anos tem. Pois outro dia não foi pedir dinheiro
emprestado para o gerente do banco ....................... em frente? Me viu
fazendo um empréstimo, achou que era só pedir e eles davam. Então foi até
............. – eu quero tirar um dinheiro............................ O
gerente .............................. me contou. Quanto você precisa? Uns dois
mil? Dois mil? Para que você precisa de dois mil reais? Ele disse que era para
comprar uma prancha de surfe. O gerente explicou que não podia ser
.........................., tinha de encher uns papéis, a mãe dele tinha de
assinar. Ele coçou a cabeça, desanimado: a gorda ........................
assinou. A gorda sou eu.