1. Marque a alternativa INCORRETA sobre debate regrado.
a) Não basta apenas ter uma opinião sobre
um assunto, mas é preciso saber expor, falar sobre a opinião. b) O debate, além de desenvolver as
capacidades argumentativas, contribui para cultivar valores como respeito
pela opinião do outro e cuidado com o ato da fala. c) Não há como saber falar, saber
posicionar-se se não for proporcionada aos alunos esta possibilidade. d) Este tipo de debate é proibido durante o
período eleitoral. |
Sobre os sentidos estabelecidos pelos
operadores argumentativos presentes nessa tirinha, analise as afirmações a
seguir:
I- O elemento “se” empregado no primeiro balão indica
uma condição para o fato principal.
II-
II- A conjunção aditiva “e” no segundo balão
tem valor alternativo, colocando o vendedor em situação de escolha.
III- Na fala do vendedor no terceiro balão, a conjunção “mas” estabelece
oposição recriminando a proposta feita pelo cliente (Hagar).
Está(ão) correta(s), apenas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) apenas a I.
e) apenas a III.
Leia o
texto para responder às questões 3, 4 e 5.
Ícaro
Dédalo construiu o labirinto para Minos, mas, depois, caiu
no desagrado do rei e foi aprisionado em uma torre. Conseguiu fugir da prisão,
mas não podia sair da ilha por mar, pois o rei mantinha severa vigilância sobre
todos os barcos que partiam e não permitia que nenhuma embarcação zarpasse
antes de ser rigorosamente revistada.
“Minos pode vigiar a terra e o mar, mas não o ar” – disse
Dédalo. “Tentarei esse caminho.”
Pôs-se, então, a fabricar asas para ele próprio e para seu
jovem filho, Ícaro. Uniu as penas, começando das menores e acrescentado as
maiores, de modo a formar uma superfície crescente. Prendeu as penas maiores
com fios e as menores com cera e deu ao conjunto uma curvatura delicada, como
as asas das aves. O menino Ícaro, de pé, ao seu lado, contemplava o trabalho,
ora correndo para ir apanhar as penas que o vento levava, ora modelando a cera
com os dedos e prejudicando, com seus folguedos, o trabalho do pai. Quando,
afinal, o trabalho foi terminado, o artista, agitando as asas, viu-se flutuando
e equilibrando-se no ar. Em seguida, equipou o filho da mesma maneira e
ensinou-o a voar, como a ave ensina ao filhote, lançando-o ao ar, do elevado
ninho.
– Ícaro, meu filho – disse, quando tudo ficou pronto para
o voo -, recomendo-te que voes a uma altura moderada, pois, se voares muito
baixo, a umidade emperrará tuas asas e, se voares muito alto, o calor as
derreterá. Conserva-te perto de mim e estarás em segurança.
Enquanto dava essas instruções e ajustava as asas aos
ombros do filho, Dédalo tinha o rosto coberto de lágrimas e suas mãos tremiam.
Beijou o menino, sem saber que era pela última vez, depois, elevando-se em suas
asas, voou, encorajando o filho a fazer o mesmo e olhando para trás, a fim de
ver como o menino manejava as asas. Ao ver os dois voarem, o lavrador parava o
trabalho para contemplá-los e o pastor apoiava-se no cajado, voltando os olhos
para o ar, atônitos ante o que viam, e julgando que eram deuses aqueles que
conseguiam cortar o ar de tal modo.
Os dois haviam deixado Samos e Delos à esquerda e Lebintos
à direita, quando o rapazinho, exultante com o voo, começou a abandonar a
direção do companheiro e a elevar-se para alcançar o céu. A proximidade do
ardente sol amoleceu a cera que prendia as penas e estas desprenderam-se. O
jovem agitava os braços, mas já não havia penas para sustentá-lo no ar.
Lançando gritos dirigidos ao pai, mergulhou nas águas azuis do mar que, de
então para diante, recebeu o seu nome.
– Ícaro, Ícaro, onde estás? – gritou o pai.
Afinal, viu as penas flutuando na água e, amargamente,
lamentando a própria arte, enterrou o corpo e denominou a região Icária, em
memória ao filho. Dédalo chegou são e salvo à Sicília, onde ergueu um templo a
Apolo, lá depositando as asas, que ofereceu ao deus.
Thomas Bulfinch. “O livro de ouro da mitologia”.
Rio: Ed. Tecnoprint, 1965, p. 174-6.
3. Pode-se afirmar que o texto lido é:
a) a) um mito.
b) b) um conto.
c) c) uma lenda.
d) uma crônica.
4. |
Segundo o narrador, Dédalo foi
aprisionado em uma torre porque: a) “construiu o
labirinto para Minos”. b) “caiu no
desagrado do rei”. c) “conseguiu fugir
da prisão”. d) “o rei mantinha
severa vigilância sobre todos os barcos”. |
5. | O voo de Ícaro começa a se
complicar quando: a) ele se eleva rumo
ao céu. b) ele se aproxima
do sol ardente. c) ele mergulha nas
águas azuis do mar. d) ele acompanha o
voo do pai. |
Texto para as questões 6 e 7. Blecaute “Sabia que a luz
elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos pra cá?” Essa foi a
pergunta que meu professor de violão clássico me fez no meio de um blecaute
demorado – culpa de um gerador queimado por algum raio – que fez com que a
aula tomasse outro andamento, totalmente improvisado, mas não menos
proveitoso. Não. Eu nunca tinha
pensado nisso. Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver
sem computador, eu também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo o que
faço. Não me imagino sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o
computador, o abajur e tantos outros vícios de conforto que nem percebemos
que só existem por causa da eletricidade. É certo que, em
tempos de racionamento, lembramos o tempo todo de reduzir seu consumo, mas,
ficar totalmente sem ela, jamais. Duvido que algum torcedor fanático deixe de
acompanhar o Brasileirão no rádio ou na televisão. Duvido também que no
friozinho matinal alguém se atreva a tomar um banho gelado. E eu, confesso,
não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet, e me recuso
a sair com a roupa amarrotada… A energia elétrica, realmente, é essencial. Mas, além dos
benefícios da luz, a pergunta do meu professor me fez pensar em como as
pessoas de 100 anos atrás viviam. Aposto que o que parece impossível para nós
elas tiravam de letra. A paciência e o tempo eram muito maiores. E o
romantismo também. Para se mandar uma
carta, era preciso escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar,
esperar até o destinatário receber, resolver responder, ir ao correio, esperar
outro tanto e, aí sim, descobrir o que ele pensou do que você quis dizer.
Hoje em dia, o assunto já estaria ultrapassado depois de toda essa espera. E
a falta de paciência e o excesso de ansiedade não mais permitem esse luxo.
Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado, já queremos
receber a resposta. Para se enxergar à
noite, era necessário usar velas e lampiões. As pessoas se recolhiam mais
cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua, sem medo da violência,
que deve ter nascido na mesma época da eletricidade. Para se ouvir música,
só se fosse ao vivo. Serenatas, saraus, bandas na praça…Talvez por isso as
pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical. Desde cedo eram
incentivadas a “fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a
encontramos pronta em qualquer estação de rádio. Tudo é costume. Até
alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular. Agora, se
passo um dia sem, me sinto assim. As pessoas começaram a usar e se esqueceram
da tranquilidade de uma noite realmente escura. Quando a luz
finalmente voltou, minha aula já tinha acabado. Reacostumar com a claridade
foi bem mais difícil do que me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as
pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu. Talvez esses 100 anos
de claridade noturna não tenham sido tão pouco assim, já que foram
suficientes para esquecermos o bem que a ausência dela faz. O melhor é usar a
desculpa do racionamento, apagar todas as luzes e mudar o andamento da vida,
antes que um clarão mais forte ofusque, irreversivelmente, a nossa visão. E
nos faça esquecer que o improviso de uma vela pode iluminar bem mais… (PIMENTA,
Paula. “Apaixonada por palavras”. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2015.) 6. Aponte o fato que motivou a
narrativa: a) a pergunta feita pelo professor de violão
clássico sobre a eletricidade. b) o blecaute demorado na aula de música. c) a comodidade proporcionada pela eletricidade. d) o retorno da luz na aula de música. |
7. |
Quem narra o texto, também é
personagem da história. Identifique a passagem que comprova isso: a) “E eu, confesso, não deixo de ligar meu
secador de cabelo nem de usar a internet […]” b) “Para se mandar uma carta, era preciso
escrever à mão […]” c) “As pessoas começaram a usar e se esqueceram
da tranquilidade de uma noite […]” d) “Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser
espontâneas, o romantismo das velas sumiu.” |