15.10.23

7 Atividades de sala de aula para Educação de Jovens e Adultos (EJA)

1. Marque a alternativa INCORRETA sobre debate regrado.

 

a) Não basta apenas ter uma opinião sobre um assunto, mas é preciso saber expor, falar sobre a opinião.

b) O debate, além de desenvolver as capacidades argumentativas, contribui para cultivar valores como respeito pela opinião do outro e cuidado com o ato da fala.

c) Não há como saber falar, saber posicionar-se se não for proporcionada aos alunos esta possibilidade.

d) Este tipo de debate é proibido durante o período eleitoral.


2.



Sobre os sentidos estabelecidos pelos operadores argumentativos presentes nessa tirinha, analise as afirmações a seguir:

 

      I- O elemento “se” empregado no primeiro balão indica uma condição para o fato principal.

 

II-       II- A conjunção aditiva “e” no segundo balão tem valor alternativo, colocando o vendedor em situação de escolha.

 

        III-  Na fala do vendedor no terceiro balão, a conjunção “mas” estabelece oposição recriminando a proposta feita pelo cliente (Hagar).

 

 Está(ão) correta(s), apenas:

 

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) apenas a I.

e) apenas a III.


Leia o texto para responder às questões 3, 4 e 5.

 

Ícaro

    Dédalo construiu o labirinto para Minos, mas, depois, caiu no desagrado do rei e foi aprisionado em uma torre. Conseguiu fugir da prisão, mas não podia sair da ilha por mar, pois o rei mantinha severa vigilância sobre todos os barcos que partiam e não permitia que nenhuma embarcação zarpasse antes de ser rigorosamente revistada.

    “Minos pode vigiar a terra e o mar, mas não o ar” – disse Dédalo. “Tentarei esse caminho.”

    Pôs-se, então, a fabricar asas para ele próprio e para seu jovem filho, Ícaro. Uniu as penas, começando das menores e acrescentado as maiores, de modo a formar uma superfície crescente. Prendeu as penas maiores com fios e as menores com cera e deu ao conjunto uma curvatura delicada, como as asas das aves. O menino Ícaro, de pé, ao seu lado, contemplava o trabalho, ora correndo para ir apanhar as penas que o vento levava, ora modelando a cera com os dedos e prejudicando, com seus folguedos, o trabalho do pai. Quando, afinal, o trabalho foi terminado, o artista, agitando as asas, viu-se flutuando e equilibrando-se no ar. Em seguida, equipou o filho da mesma maneira e ensinou-o a voar, como a ave ensina ao filhote, lançando-o ao ar, do elevado ninho.

    – Ícaro, meu filho – disse, quando tudo ficou pronto para o voo -, recomendo-te que voes a uma altura moderada, pois, se voares muito baixo, a umidade emperrará tuas asas e, se voares muito alto, o calor as derreterá. Conserva-te perto de mim e estarás em segurança.

    Enquanto dava essas instruções e ajustava as asas aos ombros do filho, Dédalo tinha o rosto coberto de lágrimas e suas mãos tremiam. Beijou o menino, sem saber que era pela última vez, depois, elevando-se em suas asas, voou, encorajando o filho a fazer o mesmo e olhando para trás, a fim de ver como o menino manejava as asas. Ao ver os dois voarem, o lavrador parava o trabalho para contemplá-los e o pastor apoiava-se no cajado, voltando os olhos para o ar, atônitos ante o que viam, e julgando que eram deuses aqueles que conseguiam cortar o ar de tal modo.

    Os dois haviam deixado Samos e Delos à esquerda e Lebintos à direita, quando o rapazinho, exultante com o voo, começou a abandonar a direção do companheiro e a elevar-se para alcançar o céu. A proximidade do ardente sol amoleceu a cera que prendia as penas e estas desprenderam-se. O jovem agitava os braços, mas já não havia penas para sustentá-lo no ar. Lançando gritos dirigidos ao pai, mergulhou nas águas azuis do mar que, de então para diante, recebeu o seu nome.

    – Ícaro, Ícaro, onde estás? – gritou o pai.

    Afinal, viu as penas flutuando na água e, amargamente, lamentando a própria arte, enterrou o corpo e denominou a região Icária, em memória ao filho. Dédalo chegou são e salvo à Sicília, onde ergueu um templo a Apolo, lá depositando as asas, que ofereceu ao deus.

Thomas Bulfinch. “O livro de ouro da mitologia”. Rio: Ed. Tecnoprint, 1965, p. 174-6.

3.   Pode-se afirmar que o texto lido é:

a)    a) um mito.

b)    b) um conto.

c)    c) uma lenda.

d) uma crônica. 


4.

Segundo o narrador, Dédalo foi aprisionado em uma torre porque:

a)    “construiu o labirinto para Minos”.

b)    “caiu no desagrado do rei”.

c)    “conseguiu fugir da prisão”.

d)    “o rei mantinha severa vigilância sobre todos os barcos”.



5.

O voo de Ícaro começa a se complicar quando:

a)    ele se eleva rumo ao céu.

b)    ele se aproxima do sol ardente.

c)    ele mergulha nas águas azuis do mar.

d)    ele acompanha o voo do pai.


Texto para as questões 6 e 7.

Blecaute

    “Sabia que a luz elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos pra cá?” Essa foi a pergunta que meu professor de violão clássico me fez no meio de um blecaute demorado – culpa de um gerador queimado por algum raio – que fez com que a aula tomasse outro andamento, totalmente improvisado, mas não menos proveitoso.

    Não. Eu nunca tinha pensado nisso. Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador, eu também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo o que faço. Não me imagino sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o computador, o abajur e tantos outros vícios de conforto que nem percebemos que só existem por causa da eletricidade.

    É certo que, em tempos de racionamento, lembramos o tempo todo de reduzir seu consumo, mas, ficar totalmente sem ela, jamais. Duvido que algum torcedor fanático deixe de acompanhar o Brasileirão no rádio ou na televisão. Duvido também que no friozinho matinal alguém se atreva a tomar um banho gelado. E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet, e me recuso a sair com a roupa amarrotada… A energia elétrica, realmente, é essencial.

    Mas, além dos benefícios da luz, a pergunta do meu professor me fez pensar em como as pessoas de 100 anos atrás viviam. Aposto que o que parece impossível para nós elas tiravam de letra. A paciência e o tempo eram muito maiores. E o romantismo também.

    Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar, esperar até o destinatário receber, resolver responder, ir ao correio, esperar outro tanto e, aí sim, descobrir o que ele pensou do que você quis dizer. Hoje em dia, o assunto já estaria ultrapassado depois de toda essa espera. E a falta de paciência e o excesso de ansiedade não mais permitem esse luxo. Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado, já queremos receber a resposta.

    Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e lampiões. As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua, sem medo da violência, que deve ter nascido na mesma época da eletricidade.

    Para se ouvir música, só se fosse ao vivo. Serenatas, saraus, bandas na praça…Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical. Desde cedo eram incentivadas a “fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a encontramos pronta em qualquer estação de rádio.

    Tudo é costume. Até alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular. Agora, se passo um dia sem, me sinto assim. As pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite realmente escura.

    Quando a luz finalmente voltou, minha aula já tinha acabado. Reacostumar com a claridade foi bem mais difícil do que me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.

    Talvez esses 100 anos de claridade noturna não tenham sido tão pouco assim, já que foram suficientes para esquecermos o bem que a ausência dela faz. O melhor é usar a desculpa do racionamento, apagar todas as luzes e mudar o andamento da vida, antes que um clarão mais forte ofusque, irreversivelmente, a nossa visão. E nos faça esquecer que o improviso de uma vela pode iluminar bem mais…

(PIMENTA, Paula. “Apaixonada por palavras”. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2015.)

6. Aponte o fato que motivou a narrativa:

a) a pergunta feita pelo professor de violão clássico sobre a eletricidade.

b) o blecaute demorado na aula de música.

c) a comodidade proporcionada pela eletricidade.

d) o retorno da luz na aula de música.



7.

Quem narra o texto, também é personagem da história. Identifique a passagem que comprova isso:

a) “E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet […]”

b) “Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão […]”

c) “As pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite […]”

d) “Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.”


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