15.10.23

Língua Portuguesa:15 questões para o 8º ano do Ensino Fundamental

 1)       

 

Receitas de vida por um mundo mais doce

 

Pé de moleque

 

Ingredientes

2 filhos que não param quietos

3 sobrinhos da mesma espécie

1 cachorro que adora uma farra

1 fim de semana ao ar livre

 

Preparo

Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale, mexa bem e deixe descansar. Não as crianças, que não vai adiantar. Sirva imediatamente, porque pé de moleque não para. Quer essa e outras receitas completas? Entre no site cianaturale.com.br.

 

Onde tem doce, tem Naturale.

 

Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado).

 

O texto é resultante do hibridismo de dois gêneros textuais. A respeito desse hibridismo, observa-se que a

a) receita mistura-se ao gênero propaganda com a finalidade de instruir o leitor.   

b) receita é utilizada no gênero propaganda a fim de divulgar exemplos de vida.   

c) propaganda assume a forma do gênero receita para divulgar um produto alimentício.   

d) propaganda perde poder de persuasão ao assumir a forma do gênero receita.   

  

 

2)       

Embalagens usadas e resíduos devem ser descartados adequadamente

 

Todos os meses são recolhidas das rodovias brasileiras centenas de milhares de toneladas de lixo. Só nos 22,9 mil quilômetros das rodovias paulistas são 41,5 mil toneladas. O hábito de descartar embalagens, garrafas, papéis e bitucas de cigarro pelas rodovias persiste e tem aumentado nos últimos anos. O problema é que o lixo acumulado na rodovia, além de prejudicar o meio ambiente, pode impedir o escoamento da água, contribuir para as enchentes, provocar incêndios, atrapalhar o trânsito e até causar acidentes. Além dos perigos que o lixo representa para os motoristas, o material descartado poderia ser devolvido para a cadeia produtiva. Ou seja, o papel que está sobrando nas rodovias poderia ter melhor destino. Isso também vale para os plásticos inservíveis, que poderiam se transformar em sacos de lixo, baldes, cabides e até acessórios para os carros.

 

Disponível em: www.girodasestradas.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

 

 

Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de composição de texto, determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público a que eles se destinam, por sua finalidade. Pela leitura do texto apresentado, reconhece-se que sua função é

a)      alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do mercado de recicláveis.

b)      divulgar a quantidade de produtos reciclados retirados das rodovias brasileiras.

c)      revelar os altos índices de acidentes nas rodovias brasileiras poluídas nos últimos anos.   

d)     conscientizar sobre a necessidade de preservação ambiental e de segurança nas rodovias.   

 

 

Texto para a próxima questão.

 

Mulher proletária

 

Mulher proletária — única fábrica

que o operário tem, (fabrica filhos)

tu

na tua superprodução de máquina humana

forneces anjos para o Senhor Jesus,

forneces braços para o senhor burguês.

Mulher proletária,

o operário, teu proprietário

há de ver, há de ver:

a tua produção,

a tua superprodução,

ao contrário das máquinas burguesas,

salvar o teu proprietário.

LIMA Jorge de. Obra Completa (org. Afrânio Coutinho). Rio de Janeiro: Aguilar, 1958.

 

3) Analisando o verso do poema “forneces braços para o senhor burguês”, a figura de linguagem que aí se destaca é

a) catacrese, uma vez que, como não há um termo específico para o poeta expressar, de forma adequada, a ideia de “fornecer filhos”, ele se utiliza da expressão “fornecer braços”, lógica semelhante ao que se costuma usar em termos como “braços da cadeira”.   

b) metonímia, tendo em vista que o termo “braços” mantém com o termo “filhos” uma relação de contiguidade da parte pelo todo para o poeta destacar que o que mulher proletária fabrica é só uma parte do seu rebento, os “braços”, utilizados para proveito da atividade capitalista, e não “filhos”, na sua completude como seres humanos, para estabelecer com estes uma relação afetiva.   

c) hipérbole, já que o verso quer enfatizar a ideia de exagero de alguém fornecer inúmeros braços para o trabalho da indústria mercantil.   

d) prosopopeia, pois o poeta está personificando a máquina como se fosse uma mulher produtora de filhos.   

 

 

Texto para as questões 4 e 5.

 

Coleção

 

Colecionamos objetos

mas não o espaço

entre os objetos

 

fotos

mas não o tempo

entre as fotos

 

selos

mas não

viagens

 

lepidópteros

mas não

seu voo

 

garrafas

mas não

a memória da sede

 

discos

mas nunca

o pequeno intervalo de silêncio

entre duas canções

MARQUES, Ana Martins. O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

 

 

4) Quanto aos termos relacionados no poema, pode-se identificar uma antítese entre 

a) “fotos” e “tempo”.    

b) “selos” e “viagens”.    

c) “silêncio” e “canções”.    

d) “lepidópteros” e “voo”.    

 

 

5) Ainda sobre o poema “Coleção”, assinale a alternativa incorreta quanto à análise sintática apresentada.

a)      O verbo colecionar é intransitivo, pois, apresentando um sentido completo, não precisa de complemento.

b)      Objetos, fotos, selos, lepidópteros, garrafas e discos exercem a função sintática de objeto direto.

c)      O verbo colecionar é transitivo direto, apresentando complementos sem preposição.

d)     Em cada estrofe, são apresentados complementos para o verbo colecionar, sem o auxílio de preposição.

 

 

6) Leia o poema “Meninos Carvoeiros”, de Manuel Bandeira, escrito em 1921, para responder à questão.

 

Os meninos carvoeiros

Passam a caminho da cidade.

– Eh, carvoero!

E vão tocando os animais com um relho enorme.

 

Os burros são magrinhos e velhos.

Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.

A aniagem é toda remendada.

Os carvões caem.

 

(Pela boca da noite vem uma velhinha que os

recolhe, dobrando-se com um gemido.)

 

– Eh, carvoero!

Só mesmo estas crianças raquíticas

Vão bem com estes burrinhos descadeirados.

A madrugada ingênua parece feita para eles...

Pequenina, ingênua miséria!

Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se

brincásseis!

 

– Eh, carvoero!

 

Quando voltam, vêm mordendo num pão

encarvoado,

Encarapitados nas alimárias,

Apostando corrida,

Dançando, bamboleando nas cangalhas como

espantalhos desamparados.

 

 

Com relação ao poema, analise as assertivas abaixo.

 

I. Há liberdade quanto à versificação. Os versos são irregulares, não apresentam rimas nem medida fixa.

II. Com a expressão “Eh, carvoero!”, pode-se depreender que o poeta pretende dar autenticidade ao texto, utilizando a fala popular.

III. Pode-se depreender que o poema apresenta uma denúncia da pobreza e dos flagelos sociais em nosso país.

IV. Pode-se depreender que o poema transmite emoção ao leitor com o quadro dos meninos carvoeiros andando na madrugada pelas ruas de uma cidade com os sacos de carvão sobre o dorso dos burrinhos.

 

É correto o que se afirma em

a) I, II, III e IV.   

b) I e IV, apenas.   

c) II e III, apenas.   

d) I, III e IV, apenas.   

 

 

7) Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles pertencem.

 

Texto 1

“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario)

Texto 2

“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão alegre acentuava ainda mais.”

Texto 3

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo, carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.

Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento.

Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.

SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br.

Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).

Texto 4

Modo de preparo

1.      Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente o açúcar e bata por 5 minutos.

2.      Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante dos ingredientes, misturando tudo, menos o fermento.

3.      Esse é misturado lentamente com uma colher.

4.      Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos.

a) narração – descrição – argumentação – injunção.

b) descrição – narração – argumentação – injunção.

c) dissertação – injunção – descrição – narração.

d) injunção – descrição – argumentação – narração.

 

 

8)

 

http://questoes.grancursosonline.com.br/sistema/public/imagens_provas/28865/29.gif

 

É possível verificar a ocorrência de quantas frases, orações e períodos no fragmento acima?

a)      Uma frase, uma oração e um período.

b)      Duas frases, duas orações e dois períodos.

c)      Duas frases, uma oração e dois períodos.

d)     Uma frase, duas orações e um período.

 

 

Leia o texto para responder às questões 9, 10 e 11.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

URGENTE!
Uma

gota

de

orvalho

caiu hoje, às 8h, do dedo anular

direito, do Cristo Redentor, no

Rio de Janeiro

Seus restos

não foram

encontrados

A Polícia

não acre-

dita em

acidente

Suspei-

to: o

vento

 

Os meteoro-

logistas, os poetas e

os passarinhos choram in-

consoláveis. Testemunha

presenciou a queda: “Horrível!

Ela se evaporou na metade do caminho!”


                    CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1995.

 

9) Qual a intenção do autor ao criar esse texto?

a) Representar, de forma poética e visual, um fato que jamais seria matéria de uma notícia.

b) Denunciar, poeticamente, a incapacidade dos policiais cariocas diante de um crime.

c) Informar ao leitor um fato de utilidade pública: um acidente ocorrido em ponto turístico.

d) Desenhar um ponto turístico do Rio de Janeiro, o Cristo Redentor, com seus crimes.

 

 

10) Ainda com relação ao poema, assinale a alternativa incorreta.

a)      É possível afirmar que, nesse texto, o poeta finge, simula, ser um jornalista, um repórter.

b)      O poema lido não apresenta versos nem estrofes, por isso é considerado um poema concreto.

c)      A forma de colocar as palavras no papel lembra a imagem da estátua do Cristo Redentor.

d)     O vento é o suspeito responsável de ter provocado a queda da gota de orvalho.

 

 

11) Considere a forma verbal “choram” presente no texto. Quanto à transitividade, ela pode ser classificada como:

a) verbo bitransitivo.

b) verbo transitivo direto.

c) verbo transitivo indireto.

d) verbo intransitivo.

 

 

12) Leia a estrofe a seguir, parte integrante de um soneto de Luís Vaz de Camões.

 

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

 

Analisando o trecho, é possível afirmar que:

a)    os versos dessa estrofe do poema de Camões são decassílabos.

b)    não há uma métrica regular, portanto os versos são livres.

c)     quanto à distribuição das rimas, o poema é formado por versos brancos.

d)    rimas cruzadas caracterizam esse primeiro quarteto do soneto camoniano.

 

 

13) Leia este poema de Vinícius de Moraes e indique a transitividade dos dois únicos verbos utilizados pelo poeta.

 

             Rosa de Hiroshima

 

Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada.

                          (Vinícius de Moraes)

 

a) Transitivo direto – intransitivo.

b) Transitivo direto – transitivo direto.

c) Transitivo indireto – transitivo indireto.

d) Transitivo indireto  -  transitivo direto.

 

 

14) A única frase em que o verbo dar se complementa com objeto direto e objeto indireto ao mesmo tempo é:

a) Deu uma resposta iluminadora ao receber o convite.

b) Deu com um velho conhecido no meio da multidão.

c) Deu com os burros n’água, ao fazer tão mau negócio.

d) Deu sinal verde ao diretor que propunha renegociar.

 

 

15) Identifique a figura de linguagem predominante no quadrinho abaixo.



a)      Metáfora.

b)      Personificação.

c)      Comparação.

d) Metonímia.

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