1)
Receitas de vida por um mundo mais doce
Pé de moleque
Ingredientes
2 filhos que não param quietos
3 sobrinhos da mesma espécie
1 cachorro que adora uma farra
1 fim de semana ao ar livre
Preparo
Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale,
mexa bem e deixe descansar. Não as crianças, que não vai adiantar. Sirva
imediatamente, porque pé de moleque não para. Quer essa e outras receitas
completas? Entre no site cianaturale.com.br.
Onde tem doce, tem Naturale.
Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado).
O texto é resultante do hibridismo de dois gêneros
textuais. A respeito desse hibridismo, observa-se que a
a) receita mistura-se
ao gênero propaganda com a finalidade de instruir o leitor.
b) receita é
utilizada no gênero propaganda a fim de divulgar exemplos de vida.
c) propaganda assume
a forma do gênero receita para divulgar um produto alimentício.
d) propaganda perde
poder de persuasão ao assumir a forma do gênero receita.
2)
Embalagens
usadas e resíduos devem ser descartados adequadamente
Todos os meses são
recolhidas das rodovias brasileiras centenas de milhares de toneladas de lixo.
Só nos 22,9 mil quilômetros das rodovias paulistas são 41,5 mil toneladas. O
hábito de descartar embalagens, garrafas, papéis e bitucas de cigarro pelas
rodovias persiste e tem aumentado nos últimos anos. O problema é que o lixo
acumulado na rodovia, além de prejudicar o meio ambiente, pode impedir o
escoamento da água, contribuir para as enchentes, provocar incêndios,
atrapalhar o trânsito e até causar acidentes. Além dos perigos que o lixo
representa para os motoristas, o material descartado poderia ser devolvido para
a cadeia produtiva. Ou seja, o papel que está sobrando nas rodovias poderia ter
melhor destino. Isso também vale para os plásticos inservíveis, que poderiam se
transformar em sacos de lixo, baldes, cabides e até acessórios para os carros.
Disponível
em: www.girodasestradas.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.
Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de
composição de texto, determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo
público a que eles se destinam, por sua finalidade. Pela leitura do texto
apresentado, reconhece-se que sua função é
a)
alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do
mercado de recicláveis.
b)
divulgar a quantidade de produtos reciclados
retirados das rodovias brasileiras.
c)
revelar os altos índices de acidentes nas
rodovias brasileiras poluídas nos últimos anos.
d)
conscientizar sobre a necessidade de preservação
ambiental e de segurança nas rodovias.
Texto para a próxima questão.
Mulher proletária
Mulher proletária — única fábrica
que o operário tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.
Mulher proletária,
o operário, teu proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção,
a tua superprodução,
ao contrário das máquinas burguesas,
salvar o teu proprietário.
LIMA Jorge de. Obra Completa (org. Afrânio Coutinho).
Rio de Janeiro: Aguilar, 1958.
3) Analisando
o verso do poema “forneces braços para o senhor burguês”, a figura de linguagem
que aí se destaca é
a) catacrese, uma vez
que, como não há um termo específico para o poeta expressar, de forma adequada,
a ideia de “fornecer filhos”, ele se utiliza da expressão “fornecer braços”,
lógica semelhante ao que se costuma usar em termos como “braços da cadeira”.
b) metonímia, tendo
em vista que o termo “braços” mantém com o termo “filhos” uma relação de
contiguidade da parte pelo todo para o poeta destacar que o que mulher
proletária fabrica é só uma parte do seu rebento, os “braços”, utilizados para
proveito da atividade capitalista, e não “filhos”, na sua completude como seres
humanos, para estabelecer com estes uma relação afetiva.
c) hipérbole, já que
o verso quer enfatizar a ideia de exagero de alguém fornecer inúmeros braços
para o trabalho da indústria mercantil.
d) prosopopeia, pois
o poeta está personificando a máquina como se fosse uma mulher produtora de
filhos.
Texto para as questões 4 e 5.
Coleção
Colecionamos objetos
mas não o espaço
entre os objetos
fotos
mas não o tempo
entre as fotos
selos
mas não
viagens
lepidópteros
mas não
seu voo
garrafas
mas não
a memória da sede
discos
mas nunca
o pequeno intervalo de silêncio
entre duas canções
MARQUES, Ana Martins. O
livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
4) Quanto aos termos
relacionados no poema, pode-se identificar uma antítese entre
a) “fotos” e
“tempo”.
b) “selos” e
“viagens”.
c) “silêncio” e
“canções”.
d) “lepidópteros” e
“voo”.
5) Ainda sobre o poema
“Coleção”, assinale a alternativa incorreta quanto à análise sintática
apresentada.
a)
O verbo
colecionar é intransitivo, pois,
apresentando um sentido completo, não precisa de complemento.
b)
Objetos, fotos, selos, lepidópteros, garrafas e discos exercem a função sintática de objeto direto.
c)
O verbo
colecionar é transitivo direto,
apresentando complementos sem preposição.
d)
Em cada
estrofe, são apresentados complementos para o verbo colecionar, sem o auxílio de preposição.
6) Leia o poema “Meninos Carvoeiros”, de Manuel Bandeira,
escrito em 1921, para responder à questão.
Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
– Eh, carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem é toda remendada.
Os carvões caem.
(Pela boca da noite vem uma velhinha que os
recolhe, dobrando-se com um gemido.)
– Eh, carvoero!
Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles...
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se
brincásseis!
– Eh, carvoero!
Quando voltam, vêm mordendo num pão
encarvoado,
Encarapitados nas alimárias,
Apostando corrida,
Dançando, bamboleando nas cangalhas como
espantalhos desamparados.
Com relação ao poema, analise as assertivas abaixo.
I. Há liberdade quanto à
versificação. Os versos são irregulares, não apresentam rimas nem medida fixa.
II. Com a expressão
“Eh, carvoero!”, pode-se depreender que o poeta pretende dar autenticidade ao
texto, utilizando a fala popular.
III. Pode-se depreender
que o poema apresenta uma denúncia da pobreza e dos flagelos sociais em nosso
país.
IV. Pode-se depreender
que o poema transmite emoção ao leitor com o quadro dos meninos carvoeiros
andando na madrugada pelas ruas de uma cidade com os sacos de carvão sobre o
dorso dos burrinhos.
É correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, III e IV,
apenas.
7) Analise os fragmentos a seguir
e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles
pertencem.
Texto 1
“Dario vinha
apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela
escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra
o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia
bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor
gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario)
Texto 2
“Era um homem alto, robusto,
muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço
para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma
cara de menino, que a expressão alegre acentuava ainda mais.”
Texto 3
Novas tecnologias
Atualmente, prevalece
na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas
ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o
futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo”
“fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de
consumo obrigatório. Por esse motivo, carregamos hoje nos bolsos,
bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.
Todavia, não podemos
reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso ou de um aparelho
capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de
dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua
com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a
cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento.
Não mais como aqueles
acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por
espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas,
na qual tanto controlamos quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br.
Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).
Texto 4
Modo de preparo
1.
Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente
o açúcar e bata por 5 minutos.
2.
Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante dos
ingredientes, misturando tudo, menos o fermento.
3.
Esse é misturado lentamente com uma colher.
4.
Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos.
a)
narração – descrição – argumentação – injunção.
b)
descrição – narração – argumentação – injunção.
c)
dissertação – injunção – descrição – narração.
d)
injunção – descrição – argumentação – narração.
8)
É possível verificar a ocorrência de
quantas frases, orações e períodos no fragmento acima?
a)
Uma
frase, uma oração e um período.
b)
Duas
frases, duas orações e dois períodos.
c)
Duas
frases, uma oração e dois períodos.
d)
Uma
frase, duas orações e um período.
Leia o texto para responder às
questões 9, 10 e 11.
URGENTE!
Uma
gota
de
orvalho
caiu
hoje, às 8h, do dedo anular
direito,
do Cristo Redentor, no
Rio
de Janeiro
Seus
restos
não
foram
encontrados
A
Polícia
não
acre-
dita
em
acidente
Suspei-
to:
o
vento
Os
meteoro-
logistas,
os poetas e
os
passarinhos choram in-
consoláveis.
Testemunha
presenciou
a queda: “Horrível!
Ela
se evaporou na metade do caminho!”
CAPARELLI,
Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1995.
9) Qual a intenção do autor ao criar esse texto?
a) Representar,
de forma poética e visual, um fato que jamais seria matéria de uma
notícia.
b) Denunciar,
poeticamente, a incapacidade dos policiais cariocas diante de um crime.
c) Informar
ao leitor um fato de utilidade pública: um acidente ocorrido em ponto turístico.
d) Desenhar
um ponto turístico do Rio de Janeiro, o Cristo Redentor, com seus crimes.
10) Ainda com
relação ao poema, assinale a alternativa incorreta.
a)
É possível afirmar que, nesse texto, o poeta finge,
simula, ser um jornalista, um repórter.
b)
O poema lido não apresenta versos nem estrofes, por
isso é considerado um poema concreto.
c)
A forma de colocar as palavras no papel lembra a imagem
da estátua do Cristo Redentor.
d) O
vento é o suspeito responsável de ter provocado a queda da gota de orvalho.
11) Considere a forma verbal
“choram” presente no texto. Quanto à transitividade, ela pode ser classificada
como:
a) verbo bitransitivo.
b) verbo transitivo direto.
c) verbo transitivo indireto.
d) verbo intransitivo.
12) Leia a estrofe a seguir,
parte integrante de um soneto de Luís Vaz de Camões.
Amor é fogo que arde sem se
ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
Analisando
o trecho, é possível afirmar que:
a) os
versos dessa estrofe do poema de Camões são decassílabos.
b) não
há uma métrica regular, portanto os versos são livres.
c) quanto
à distribuição das rimas, o poema é formado por versos brancos.
d) rimas
cruzadas caracterizam esse primeiro quarteto do soneto camoniano.
13) Leia este poema de Vinícius
de Moraes e indique a
transitividade dos dois únicos verbos utilizados pelo poeta.
Rosa
de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinícius
de Moraes)
a) Transitivo direto
– intransitivo.
b) Transitivo
direto – transitivo direto.
c) Transitivo
indireto – transitivo indireto.
d) Transitivo
indireto - transitivo direto.
14) A única frase em que o
verbo dar se complementa com objeto direto e objeto indireto ao
mesmo tempo é:
a) Deu uma resposta
iluminadora ao receber o convite.
b) Deu com um velho conhecido no
meio da multidão.
c) Deu com os burros n’água, ao
fazer tão mau negócio.
d) Deu sinal verde ao diretor que propunha renegociar.
a)
Metáfora.
b)
Personificação.
c) Comparação.
d) Metonímia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos sua visita e seu comentário!