7.9.23

Teste de leitura semântica para o Ensino Médio

 Leia o texto a seguir para responder às próximas 2 questões.

No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados – do ponto de vista temporal, bem entendido – do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres.

O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos”, diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público?

(Veja, 02.12.2009)

 (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 1) A expressão chá de cadeira, no texto, tem o significado de

(A) bebida feita com derivado de pinho.

(B) ausência de convite para dançar.

(C) longa espera para conseguir assento.

(D) ficar sentado esperando o chá.

(E) longa espera em diferentes situações.

 

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 2) Há emprego do sentido figurado das palavras em:

(A) ...os brasileiros estão entre os povos mais atrasados...

(B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar.

(C) Os brasileiros ... dão mais importância às relações sociais...

(D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo...

(E) ...não se pode confiar no serviço público?

 

3) Leia a charge a seguir.

4) O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à

(A) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que

pretende veicular.

(B) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.

(C) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da

população rica.

(D) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.

(E) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da família.

 

4)



O sentido da charge se constrói a partir da ambiguidade de determinado termo. O termo em questão é:

(A) fora                             (B) agora                                (C) sistema                                 (D) protestar

 

5)

Todo ponto de vista é a vista de um ponto

 Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.                                                                  BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999

A expressão “com os olhos que tem”, no texto, tem o sentido de

(A) enfatizar a leitura.                           (B) incentivar a leitura.                         (C) individualizar a leitura. (D) priorizar a leitura.                           (E) valorizar a leitura.

 

6) (ENEM) No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:

CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE

A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:

(A)  Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.

(B)  A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.

(C)   Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.

(D) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.

(E)  Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.

 

7)


Na tirinha, há traço de humor em

(A) “Que olhar é esse Dalila?”

(B) “Olhar de tristeza, mágoa, desilusão...”

(C) “Olhar de apatia, tédio, solidão...”

(D) “Sorte! Pensei que fosse conjuntivite!” 

 

8)



Pela resposta do Garfield, as coisas que acontecem no mundo são

(A) assustadoras.                          (B) corriqueiras.                        (C) curiosas.                           (D) naturais.

 

9)



O que torna o texto engraçado é que

(A) a aluna é uma formiga.

(B) a aluna faz uma pechincha.

(C) a professora dá um castigo.

(D) a professora fala “XIS” e “CÊ AGÁ”.

 

10) Leia a anedota abaixo.

Os parentes

O casal vem pela estrada sem dizer palavra. Brigaram, nenhum dos dois quer dar o braço a torcer. Ao passar por uma fazenda em que há mulas e porcos, o marido pergunta, sarcasticamente:

- Parentes seus?

- Sim, responde ela, cunhados.

Almanaque Brasil, abril de 2001.

A intenção do marido ao fazer a pergunta à mulher era:

a) ofender a mulher, chamando-a de porca ou mula.

b) agradar a esposa elogiando-a.

c) manter um diálogo com a esposa.

d) fazer com que a mulher seguisse em outra direção. 


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