9.6.25

Atividades de interpretação de texto

 A velha contrabandista 

Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruta saco atrás da lambreta. O pessoal da alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha. 

Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela: 

– Escuta aqui vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco? 

A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquiria no odontólogo, e respondeu: 

– É areia! 

Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás. 

Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uaí! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes o que ela levava no saco era areia. 

Diz que foi aí que o fiscal se chateou: 

– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista. 

– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs: 

– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias? 

– O senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha. 

– Juro – respondeu o fiscal. 

– É lambreta. 

Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. 2º Edição – São Paulo. Moderna, 2008. p. 49-50.


1. Numere as frases, conforme a sequência dos acontecimentos:

____ Diante da promessa do fiscal, ela contou a verdade: era contrabando de lambretas.

____ O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.

____ O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.

_____ Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.

_____ Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.


2. O que a velhinha levava dentro do saco para despistar o guarda?

__________________________________________________________________________________________________________________________________

3. O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?

__________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Qual é a grande surpresa da história?

__________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Em: “Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai!”, qual a classe gramatical da expressão em destaque?

a) Substantivo.
b) Pronome.
c) Adjetivo.
d) Interjeição

6. A linguagem coloquial ou informal é uma linguagem utilizada no cotidiano em que não uma  atenção total às normas gramaticais, de modo que haja mais fluidez na comunicação oral. Desse modo, qual trecho abaixo não há marcas desse tipo de linguagem ?

a) “O senhor promete que não espáia?”
b) “A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco”
c) “O pessoal da alfândega – tudo malandro velho”
d) “então o fiscal perguntou assim pra ela”

7. Na primeira vez que o fiscal examinou o saco que a velhinha levava e viu que era areia, ele ficou encabulado, sem graça. Por quê? (Marque a resposta correta). 

a) Porque ficou sem graça de desconfiar de uma velhinha; 
b) Porque encontrou contrabando dentro do saco de areia que a velhinha carregava. 
c) Porque a velhinha ficou brava por ele ter desconfiado dela; 
d) Ele ficou sem graça, pois pensou que certamente iria encontrar algum contrabando dentro do saco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos sua visita e seu comentário!

Resumo e atividades sobre "tipos de sujeito"

Você sabe quais são os tipos de sujeito? Em português, existem cinco tipos de sujeito! Vamos conhecer as características de cada um deles. 1...