- Tipos de sujeito com exemplos e análise sintática:
23.6.25
Resumo e atividades sobre "tipos de sujeito"
17.6.25
Entrevista com Aluizio Alves Filho
Publicação de uma entrevista que recebemos do blogue Acrópole, com o Professor Aluizio Alves Filho (1942-2025), um dos principais estudiosos da obra de Monteiro Lobato.
Nesta entrevista, o blog "Acrópole - História & Educação" traz uma conversa com o professor e cientista político Doutor Aluizio Alves Filho sobre a polêmica questão do racismo na obra de Monteiro Lobato.


Estudioso da obra de Lobato, o professor Aluizio tece considerações relevantes sobre a polêmica que envolve o criador do "Sítio do Picapau Amarelo". Confira!
AC – Professor Aluizio, alguns intelectuais têm restrições a Monteiro Lobato devido à presença de elementos racistas em alguns de seus livros. Que considerações faz a respeito?

AL – Todas as perguntas que Acrópole me faz nesta entrevista estão muito bem formuladas, sendo bastante difíceis de respondê-las nos limites inerentes a uma entrevista em função da complexidade que possuem. São perguntas que têm por denominador comum o debate em torno do pretenso racismo de Monteiro Lobato, questão que merece uma análise acurada. Inclusive, estou escrevendo um livro sobre o assunto, mas, no momento, respondendo, faço as seguintes considerações, na esperança de que gerem reflexões e motivem pesquisas a respeito.
As considerações que passo a fazer julgo necessárias para poder alicerçar uma resposta consistente não só sobre esta primeira pergunta, mas sobre as quatro. As considerações são referentes à necessidade de situar no tempo a produção de José Bento Monteiro Lobato, nascido em Taubaté em 1882 e falecido na cidade de São Paulo em 1948.
Dito isto, observo que as obras completas de Monteiro Lobato têm várias edições da Brasilense, sendo a última composta por trinta e quatro volumes. São dezessete da literatura adulta e dezessete de literatura infantil, possuindo no conjunto cerca de dez mil páginas. A obra literária adulta é composta por livros com temas variados, entre contos, crônicas, um romance, política, memórias e correspondências. A literatura infantil de Monteiro Lobato, como é bem sabido, conta histórias da turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo, histórias que encantaram gerações.
Monteiro Lobato tornou-se nacionalmente conhecido desde quando, em fins de 1914, publicou, com estrondosa repercussão positiva, os artigos “A Velha Praga” e “Urupês” no “Estado de São Paulo", na ocasião o mais lido e influente jornal brasileiro. Ao longo de sua trajetória pública, política, empresarial e literária, Monteiro Lobato colecionou sucessos, polêmicas, falências e uma prisão ocorrida durante o Estado Novo. Prisão por denunciar a ação de truste norte-americano que visava se assenhorar do petróleo brasileiro, que na ocasião ainda nem começara a jorrar no solo pátrio.
As obras completas de Monteiro Lobato contêm escritos do autor que começaram a ser conhecidos pelo grande público a partir da publicação dos seus citados artigos no jornal “O Estado de São Paulo” em 1914 até a publicação de seu último texto, Zé Brasil (1948). Este título é um panfleto onde saúda Luíz Carlos Prestes e apresenta o homem pobre do campo como uma vítima do coronel Tatuíra. Vale aqui observar que não conheço nenhum texto publicado durante a vida de Lobato que o critique, acusando-o de racista ou de eugenista. Se alguém conhece, solicito o favor de me informar.
Após o falecimento de Monteiro, seu renome e sua boa fama prosseguiram em alta e, em 1982, por ocasião do centenário do seu nascimento, os principais jornais e revistas do país publicaram páginas e mais páginas sobre o acontecimento. Outros meios de comunicação, como estações de rádio e de tevê, seguiram o mesmo caminho, fazendo matérias a respeito; em universidades, eventos e publicações acadêmicas. Muitos livros sobre Monteiro Lobato vieram a lume em 1982. Os aplausos foram a tônica absolutamente dominante. As críticas, quando haviam, praticamente giravam em torno de um único assunto: o dito antimodernismo de Lobato, questão quase sempre mal discutida. Questão que tem origem no artigo “Paranoia ou Mistificação?”, publicado originalmente no Estado de São Paulo, em 1917, onde Lobato desanca a exposição da pintora Anita Malfatti, que viria a ser a musa da Semana de Arte Moderna, em 1922.
Em suma, Monteiro Lobato, que estreou no mundo das letras em 1914 e atravessou o século vinte como nome consagrado no campo literário, admirado e respeitado pelas forças progressistas do Brasil por suas tomadas de posição em defesa de causas nacionais, como a saúde pública, a indústria do livro, a educação e o petróleo, nunca foi atacado pelo seu hoje dito e alardeado racismo e eugenismo, coisa que passou a ocorrer com intensidade cada vez maior a partir de 2010. Sem dúvida, é aqui que reside o xis da questão.
Ocorreu algo em 2010, que comentaremos na continuidade da entrevista, algo que funcionou como gota d’água, provocando radicais mudança nas avaliações, não só da obra, mas da própria imagem de Monteiro Lobato. Ele, que até então era entendido e saudado não só pela qualidade da sua literatura, mas como membro da vanguarda das lutas sociais do povo brasileiro, de repente (2010), passou a ter sua obra desqualificada e sua memória aviltada, dito, por alguns “intelectuais”, tratar-se de mero racista. De que argumentos se valem os que fazem tal desqualificação? Que suporte metodológico os detratores de Monteiro Lobato apresentam e se apoiam? O que de fato ocorreu? Será que gerações de intelectuais, entre os quais se encontram muitos nomes de primeira grandeza da cultura brasileira, como são Lima Barreto, Oswald de Andrade, Erico Veríssimo, Clarice Lispector, Anísio Teixeira e Caio Prado Junior, que escreveram altos e invulgares elogios a Monteiro Lobato, não sabiam o que estavam dizendo? Será que alguém acredita que os citados eram ingênuos ou mal informados?
Postulo que vale a pena, para melhor pensar a cultura brasileira, que se examine e reflita sobre o conjunto de questões ligadas ao fato de o panteão Monteiro Lobato, de repente, ameaçar desabar. No mais, quero deixar claro que os comentários e observações que nesta entrevista faço devem ser entendidos como uma pequena peça de um grande quebra-cabeça em que estou mergulhado na tentativa de ajudar a tentar resolver.
AC – Como avalia a questão racial em Monteiro Lobato e a polêmica a respeito?
AL - Esta é a pergunta central da presente entrevista. Pergunta sobre a qual repousa a anterior e também as duas subsequentes, pergunta complexa que, penso, não pode ser respondida com um simples sim ou não, ou seja: sim, Monteiro Lobato era racista, ou não, Monteiro Lobato não era racista. Mas a considerar pelo que tenho visto, é assim que têm procedido muitos leitores de orelhas de livros que entram no debate a respeito da questão racial em Monteiro Lobato, dando palpites. Vivemos numa época em que, por incrível que pareça, autoridades educacionais desmerecem quem estuda e produz, incentivando que se estude pouco e se palpite muito.

Produto de muita leitura e releituras que tenho da obra de Monteiro Lobato e de outros autores brasileiros, leitura e releituras feitas ao longo de décadas como professor universitário, quando passei lecionando, pesquisando, participando de eventos e escrevendo sobre pensamento social e político brasileiro, creio que adquiri um bom cabedal a respeito para dizer algo bem fundamentado sobre a polêmica e a questão racial em Lobato.
A conclusão mais estrutural a que chego é que esta polêmica, nascida em 2010, quando a notícia que o Conselho Nacional de Educação (CNE) havia determinado que o livro “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, por conter elementos considerados como racistas, não fosse mais distribuído nas escolas públicas, ganhou espaço no noticiário dos principais diários do país. A biografia de Monteiro Lobato começou a passar em grande escala por fantásticas manipulações que a deformam inteiramente e de tal forma que não há paralelo com algo ocorrido com nenhum outro autor brasileiro.
Observo que o formato entrevista não contém espaço apropriado e necessário para tratar com profundidade a questão em tela pelas nuances e detalhes que possui. Entrevista é um espaço ideal para chamar a atenção para problemas determinados e é isso que estou aqui procurando fazer e tratar a questão de maneira adequada, como já disse, em estudo minucioso no livro sobre Lobato que estou escrevendo.
AC – A obra de Monteiro Lobato deve ser banida como querem alguns ou adaptada para as escolas de educação básica?
AL - Não sou a favor de uma coisa nem da outra. Não sou a favor de proibi-la nem de castrá-la, via “adaptações”. Quem teria legitimidade para “adaptá-la”? Adaptá-la segundo quais critérios e princípios? Autorizado por quem? Sou contra censura, pois não combina com liberdade e democracia. A intervenção do estado na cultura, na educação, nas artes e na ciência é sempre desastrosa. Nós, brasileiros, conhecemos bem isso e temos péssimas lembranças a respeito. Quanto à proibição das obras de Monteiro Lobato, não é a primeira vez. Durante o Estado Novo, seus livros foram retiradas de bibliotecas públicas e, acusados de “comunismo”, queimados.
Ao exposto, acrescento que, quando digo que sou radicalmente contra censura, não quero dizer que seja contra que haja seleção de livros para uso nas escolas de educação básica, pois é claro que isto é absolutamente necessário. Entretanto, nada sei dizer a respeito, pois os critérios de tal seleção me parecem uma verdadeira caixa preta onde interesses políticos, econômicos e ideológicos têm mais peso que os didáticos, e os professores não são ouvidos.
AC – Em sua opinião, Monteiro Lobato foi um autor reacionário ou progressista? O que se pode concluir a respeito de seu legado para a cultura nacional?

AL – A respeito, posso dizer o seguinte: não conheço nenhum movimento entendido como reacionário, como por exemplo o integralismo, que evoque Monteiro Lobato entre os seus adeptos. Sobre o seu legado para a cultura nacional, concluo citando as seguintes expressivas palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade, pois dão muito o que pensar: “A lição maior de Lobato é a sua própria e tumultuosa riqueza humana. Creio mesmo que dentro de vinte anos ele estará incluído nos manuais de história e cultuado na memória do povo como uma espécie de herói civil da literatura”.
Leia também o artigo "O racismo em Monteiro Lobato, segundo leituras de afogadilho" (2016).
11.6.25
Verbos e a conjugação verbal
10.6.25
Vida e obra de Graciliano Ramos
Graciliano Ramos é um dos grandes nomes da literatura brasileira. Esse autor é dono de contos e romances marcantes que continuam bem vivos e são essenciais para compreender as particularidades do país, especialmente do povo da região Nordeste.
Aula sobre pronomes
Pronomes são palavras que substituem ou acompanham os substantivos, evitando a repetição e tornando a comunicação mais fluida. Eles são classificados de várias formas, e alguns dos principais tipos de pronomes são:
9.6.25
Atividades de interpretação de texto
A velha contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruta saco atrás da lambreta. O pessoal da alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquiria no odontólogo, e respondeu:
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uaí! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
– O senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha.
– Juro – respondeu o fiscal.
– É lambreta.
Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. 2º Edição – São Paulo. Moderna, 2008. p. 49-50.
1. Numere as frases, conforme a sequência dos acontecimentos:
____ Diante da promessa do fiscal, ela contou a verdade: era contrabando de lambretas.
____ O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
____ O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
_____ Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.
_____ Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
2. O que a velhinha levava dentro do saco para despistar o guarda?
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3. O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?
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4. Qual é a grande surpresa da história?
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5. Em: “Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai!”, qual a classe gramatical da expressão em destaque?
a) Substantivo.b) Pronome.
c) Adjetivo.
d) Interjeição
b) “A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco”
c) “O pessoal da alfândega – tudo malandro velho”
d) “então o fiscal perguntou assim pra ela”
Exercício para trabalhar as classes gramaticais
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